O Departamento de Estado dos Estados Unidos enfrenta um processo de politização e esvaziamento do seu corpo diplomático, com um número crescente de profissionais optando pela aposentadoria, segundo Feliciano de Sá Guimarães, professor de Relações Internacionais da USP.
De acordo com o especialista, uma iniciativa da Heritage Foundation, think tank conservador americano, propõe transformar o Departamento de Estado em uma “força conservadora”, alegando que a instituição seria dominada por liberais. Para fazer o projeto funcionar, seria necessário “retirar os diplomatas de carreira e trazer gente do nosso partido para dentro. É uma enorme politização e ideologização do Departamento de Estado americano.”, afirma Feliciano.
O fenômeno de transformação das relações diplomáticas não se restringe aos Estados Unidos. Em diversos países, incluindo o Brasil, observa-se uma tendência de descentralização da diplomacia tradicional, com outros órgãos governamentais assumindo papéis importantes nas relações internacionais.
O professor exemplifica essa mudança citando o caso brasileiro, onde o Ministério da Saúde possui representação técnica significativa junto à Organização Mundial da Saúde em Genebra, compartilhando espaço com o corpo diplomático tradicional.
Feliciano aponta, no entanto, que a situação é grave com Trump no poder. “Você soma isso a um ataque unilateral do presidente no Departamento de Estado, que enfraquece tanto pelo número de diplomatas, e a porosidade aumentou”.
Fonte: CNN Brasil
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