O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, admitiu receio em relação à composição da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), após a oposição vencer a eleição para a presidência do colegiado, em votação nesta quarta-feira (20).
Entretanto, Wolney citou a soberania do Congresso Nacional, ao lembrar da autonomia da Casa para escolher os líderes responsáveis por conduzir os trabalhos.
“Governo não escolhe relatoria e nem presidência de CPI, quem escolhe são os membros do parlamento. Uma CPMI tem autonomia para escolher os seus membros e tem autonomia para escolher o seu presidente e o seu relator”, disse durante entrevista coletiva na Câmara.
“Como ministro da Previdência Social, eu só desejo que o interesse público seja a prioridade dos trabalhos da CPMI. E que o relatório seja um relatório equilibrado, com justiça e que seja um relatório que aponte a verdade dos fatos, essa é a minha expectativa”, prosseguiu.
Votação
A reviravolta no resultado da votação para o comando da CPMI da INSS terminou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) assumindo a presidência da comissão. A relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
A oposição conseguiu derrotar as indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que era o indicado de Alcolumbre, recebeu 14 votos — três a menos que Viana. Após o resultado, o mais votado designou Gaspar no lugar da indicação de Hugo Motta, que era Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
“Eu pessoalmente não vejo como uma derrota, não posso falar em nome de todo o governo, mas posso dizer que eu vejo com naturalidade, eu passei quase 24 anos como deputado federal, participei de CPIs”, disse Wolney.
Ainda segundo o ministro, a CPMI é uma “oportunidade do governo contar sua história, de quem chamou a polícia, de quem devolveu os descontos”.
Instalação dos trabalhos
A CPMI do INSS é composta por 32 membros titulares — 16 senadores e 16 deputados — e foi criada após denúncias envolvendo descontos indevidos e operações suspeitas relacionadas a empréstimos consignados.
O esquema de descontos ilegais na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas foi revelado em abril após operação da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União).
No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.
*Sob supervisão de Douglas Porto
Fonte: CNN Brasil
+ There are no comments
Add yours