Atualmente, os videogames são populares em todo o mundo, desde títulos mais realistas para consoles até jogos casuais em smartphones. Contudo, existem videogames antigos que também fizeram muito sucesso, mas acabaram sendo esquecidos pelo tempo.
De acordo com a Pesquisa Games Brasil (PGB), em 2024 aproximadamente 74% dos brasileiros jogam algum tipo de jogo digital, seja em computadores, consoles ou smartphones. Entre as plataformas, os celulares dominam, com 48,8% dos jogadores utilizando o telefone para jogar.
Mas a popularidade dos games no Brasil começou há muito tempo. A febre dos videogames começou a ganhar força no início da década de 1980, com o lançamento de diversos clones de consoles.
Consoles clones
Entre as décadas de 1980 e 1990, diversos consoles foram lançados no Brasil como clones de modelos originais que não chegavam oficialmente ao país, como o NES (Nintendo Entertainment System) e o Atari.
Isso ocorreu por diversos motivos, como a proibição de importação de determinados produtos na época, parcerias oficiais para reduzir custos de produção, entre outros. Vale destacar que isso não aconteceu com todos os consoles.
Por exemplo, a Sega teve uma presença oficial marcante no Brasil com consoles como o Master System e o Mega Drive, licenciados e fabricados pela empresa nacional TecToy. Como isso não aconteceu com outros aparelhos, diversas fabricantes lançaram e venderam suas próprias versões semelhantes.
Em uma mensagem enviada à Red Bull, o pesquisador e especialista na história dos games no Brasil, Marcus Vinicius Garrett, aponta que os clones ajudaram a popularizar os videogames no Brasil.
“Oficialmente, os videogames começaram a aparecer só em 1983. Mas, antes disso, já existia o interesse com alguns clones que chegaram antes. Eles tiveram uma importância porque ajudaram a alavancar a chegada do videogame no Brasil”, explica Garret.
Cinco consoles antigos populares no Brasil
O Brasil foi palco de uma grande geração de jogadores de videogame, desde o surgimento dos primeiros consoles clones no final dos anos 1970. Ao longo dos anos, dezenas de aparelhos se popularizaram no país, principalmente por oferecerem versões de consoles que não chegavam oficialmente ao território nacional ou alternativas mais acessíveis financeiramente.
Confira cinco videogames antigos que fizeram sucesso no país e depois sumiram:
Odyssey
No Brasil, o primeiro Odyssey nunca foi lançado. Na verdade, apenas o Odyssey 2 chegou ao país, mas aqui ele foi comercializado com o nome de Odyssey. Apesar de ter sido lançado originalmente em 1978, o console só chegou ao mercado brasileiro em 1983, com o apoio da Philips.
Diferentemente de outros consoles da época, o Odyssey era um videogame original desenvolvido pela Magnavox. Seu sucesso foi tão grande no Brasil que jogos foram adaptados para o mercado nacional, como “Didi na Mina Encantada”, no qual o jogador controlava o próprio Didi (Renato Aragão), dos Trapalhões.
Alguns anos depois, o console começou a perder popularidade com a chegada dos clones do NES. A marca chegou a desenvolver o Odyssey 3, mas ele nunca foi lançado, e a Philips acabou abandonando o projeto.
Dynavision
O Dynavision, da empresa brasileira Dynacom, foi um dos primeiros clones lançados no país. O primeiro modelo, de 1983, era uma cópia do Atari 2600 comum design totalmente diferente. Em 1989, foi lançado o Dynavision II, um clone do NES.
O Dynavision foi um dos clones de Atari mais famosos no Brasil, e não por acaso, já que a própria Dynacom lançava diversos jogos oficiais no país. Um dos destaques era o controle Dynastick, que trouxe diferenciais em relação ao controle original do Atari.
A linha ganhou ainda o Dynavision 3 e 4, que eram versões atualizadas e também rodavam cartuchos do Nintendinho. Inclusive, eles tinham compatibilidade com cartuchos do Famicom (versão japonesa) e do NES (versão norte-americana).
Apesar de ser uma das marcas de clones mais lembradas no Brasil, o Dynavision não foi a única. Por competir com outros consoles que também imitavam a Nintendo e o Atari, a marca não conseguiu continuar. Além disso, com a chegada oficial da Nintendo no país, os clones acabaram perdendo espaço no mercado.
Phantom System
A Gradiente lançou o Phantom System no Brasil em 1988, um clone do Nintendinho que se tornou uma das cópias da Nintendo mais populares do país.
Embora fosse compatível com o NES, o seu design lembrava o Atari 7800, e os controles tinham um visual quase idêntico aos do Mega Drive, da Sega. Assim como outros clones, era compatível tanto com o sistema japonês quanto com o americano.

A marca chegou a lançar versões praticamente idênticas de jogos populares da época, como Super Mario Bros., que foi renomeado como Super Irmãos.
Alguns anos depois, a Playtronic, empresa formada pela Gradiente em parceria com a Nintendo, passou a fabricar oficialmente o console no Brasil. Assim, o Phantom System deixou de ser produzido.
Polystation
O PolyStation também é um clone do NES, mas com uma carcaça semelhante à do PSOne, a segunda versão do primeiro PlayStation da Sony — existia outra versão que não foi tão popular, parecida com o PlayStation original. Lançado em 1997, o console ganhou popularidade no Brasil após a virada do século.
Fabricado na China, ele se tornou muito popular por seu preço acessível, diferente dos consoles oficiais da Nintendo e da Sony, que podiam custar até dez vezes mais. Apesar da aparência sugerir a compatibilidade com CDs, como no PlayStation, o PolyStation oferecia apenas entrada para cartuchos de Nintendinho.
Outra característica que ajudou na sua popularidade eram os cartuchos que prometiam mais de 99 jogos em um único item. Contudo, na prática, eles ofereciam apenas alguns títulos e várias versões repetidas dos mesmos games.
Zeebo
Um dos videogames brasileiros mais recentes é o Zeebo, fabricado pela Tectoy como uma opção mais acessível aos consoles da época. O console foi lançado em 2009 em parceria com a Qualcomm; uma opção que não necessitava de mídias físicas, como cartucho, DVD ou Blu-ray.
Com o Zeebo, os jogadores podiam fazer download de jogos por meio de uma rede 3G oferecida pela própria marca. Era possível acessar versões de títulos de celular, além de adaptações de jogos do PlayStation e PlayStation 2.
O videogame oferecia diversos acessórios, como teclado e controle com sensor de movimento, entre outros. Mesmo assim, o Zeebo acabou sendo descontinuado em 2011 por não conseguir conquistar espaço no mercado nacional.
Fonte: CNN Brasil
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