O doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de combustíveis que deu origem à Operação Lava Jato, pediu ao ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que estenda a ele a decisão que anulou todos os atos do processo contra o também doleiro Alberto Youssef, tomada na terça-feira (15).
Segundo a defesa, a situação de Chater é idêntica à de Youssef. Ambos estavam presos na mesma cela da PF (Polícia Federal), em Curitiba, onde foi instalado um grampo ilegal, um dos elementos citados por Toffoli como justificativa para anular o processo.
Os advogados afirmam que a parcialidade que motivou a anulação no caso de Youssef também se aplica a Chater. Segundo eles, a Lava Jato foi conduzida com viés político, usando provas ilegais e comprometendo a atuação do ex-juiz Sergio Moro, de procuradores e da própria Polícia Federal.
“É óbvia a parcialidade que afeta a legitimidade de todos os atos do processo também em relação ao requerente, inclusive pelos próprios desdobramentos do mecanismo ilegal de prova. Essas circunstâncias apontam para uma efetiva articulação e a condução da denominada Operação Lava Jato com viés notadamente político”, diz a defesa.
Chater foi preso em março de 2014, na primeira fase da Lava Jato, junto com Youssef e outros investigados. Em 2018, foi condenado por Moro a 10 anos e 11 meses de prisão.
Na decisão de terça-feira (15), Toffoli disse que Youssef foi alvo de um “conluio” entre Moro, o Ministério Público e a PF. Para o ministro, o processo tinha “cartas marcadas” e foi conduzido com o objetivo de garantir condenações.
Ele também apontou que juiz e procuradores combinaram estratégias contra o doleiro, o que violou o direito a um julgamento imparcial.
Em junho, Toffoli já havia anulado todos os processos contra o ex-vice-presidente dos Correios, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, em outro caso ligado à Lava Jato. Na ocasião, ele também apontou atuação conjunta e irregular entre Moro e os procuradores da operação.
Fonte: CNN Brasil
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